sexta-feira, dezembro 02, 2005

A música de Cavaco

Parece que a música para as presidenciais da campanha de Cavaco será cantada pela sua mandatária para a Juventude, Kátia Guerreiro. Não surpreende, até é da música que a moça vive parcialmente (para além do fado, faz uns biscates num hospital).
Surpreendente são os autores da dita: Letra - Dias Loureiro; Música - Proença de Carvalho (ainda não tenho a certeza se ouvi bem, mas acho que sim).
Dias Loureiro, mafioso mór da tribo Social democrata, revela agora os seus dotes como escritor de letras de hinos presidenciais. E Proença de Carvalho, deve ter lá no escritório de advogados um daqueles programas catitas como o Encore ou o Sibelius, e nos intervalos para o café empinou o Hinos-presidenciais-mágico, do Eurico Cebolo, dominando assim a arte da composição, harmonização e contraponto. Mais, ao analisar a obra em questão há pequenas pérolas de estilo que se detectam facilmente: a voz principal é claramente inspirada no canto chão, e a harmonização tenta claramente escapar ao espartilho do tonalismo, enveredando na senda do modalismo experimental, ainda que timidamente, já que o Modo Eólio é abrutamente interrompido com uma cadência tonal de V7 - I. Caro Proença, nas próximas eleições tente o Mixolídio, está bem?
Só não percebo é como é que estes rapazes tão prendados para outras coisas continuam a sacrificar-se desinteressadamente pela política e pela coisa pública, quando podiam fazer um dinheirão no mundo do espectáculo.

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