terça-feira, outubro 11, 2005

Vince

Da minha infância sempre me lembro de Outubro (às vezes finais de Setembro) ser um mês de trovoadas. Grande trovoadas. E nós tremiamos (a minha avó mais que os netos) por nos sentirmos pequeninos perante o súbito dilúvio; ainda por cima lá se ia a luz, e as velas tornavam a coisa ainda mais fantasmagórica. E para nos distrair o meu pai punha-nos a contar os segundos que medeavam entre o relâmpago e o ribombar do trovão: explicava que aquele era um fenómeno físico e que assim podiamos perceber se se aproximava ou se afastava. Hoje aposto que os miudos não aprendem estas coisas: veem logo pela tv se ele vem ou vai. A cores. E dão-lhes nomes: Rita, Vince... Parece-me uma coisa meio infantil, isto de atribuir nomes próprios aos furacões e tempestades; pelo menos para nós a electricidade não tinha nome.

mpf

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