Hoje de manhã a rádio noticiava que algumas aves tinham aparecido mortas na costa de Sines. Isto só é notícia em Portugal porque um pato foi notícia na Suécia, um papagaio na Inglaterra, um cisne na Croácia. E nós não queremos ficar fora da Europa: também temos a nossa avezinha morta, vai de sacar um ganso-patola! Os gansos-patolas, Morus bassanus, foram objecto de outra notícia aqui há tempos: o derrame de petróleo do Prestige. Umas avezinhas tão fixes, e só olham para elas quando Santa Bárbara manda trovões...
Porque se o pessoal prestasse mais atenção ao que o rodeia saberia que é natural aves darem mortas à costa, sobretudo no Inverno, quando a agitação no mar é maior. Portanto, falar de aves mortas em Sines depois de falar de cisnes croatas ou papagaios pedindo asilo em Inglaterra é: desinformar. É o típico alarmismo que confunde o previlégio de se poder aceder a informação em tempo real com a utlização perversa dessa informação para fazer vender jornais, rádios e tvs. É a ignorância que confunde risco com factos, estar alerta e prevenir, com ficar aterrado e não dormir. É a atitude que leva detentores de informação a escondê-la com receio de deturpação e manipulação por terceiros... Um caminho perigoso, portanto.
mpf
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