terça-feira, setembro 13, 2005

Esquadrão G

Por outro lado, o presidente da Opus Gay (associação que defende os direitos dos gays, lésbicas, bissexuais e transgenders), António Serzedelo, em declarações ao DN classificou a iniciativa (do partido nacionalista) de "fascizóide e com linguagem nazi-fascista". "Essas pessoas buscam a notoriedade e por isso agarram-se a qualquer coisa", afirmou. O presidente da Opus Gay considerou a iniciativa "óptima para a SIC, porque lhe vai provocar picos de audiência".
Falando na finalidade das pessoas perceberem a homossexualidade como percebem a heterossexualidade, disse que "a homossexualidade não se pega e não se promove". No entanto, António Serzedelo tem dúvidas quanto ao sucesso e da pedagogia do programa em Portugal. "É folclore e está estereotipado devido às profissões escolhidas, como se estas fossem as profissões atribuídas a gays. Porque não um coronel?", questionou. Para Serzedelo "quem melhor do que as mulheres para falar de homens de sonho? Nós não somos um sexo intermédio". DN

Pequeno excerto do mail com o tal Abaixo assinado contra o Esquadrão G:

Consideramos que a homossexualidade é um comportamento não natural e socialmente inútil, pois é estéril na criação de novas gerações e anti-natural do ponto de vista fisiológico e da própria anatomia sexual. Nada na natureza nos prova que a homossexualidade seja normal, e nada na história das sociedades organizadas nos evidencia as vantagens de eleger a tendência homossexual a comportamento normal e socialmente aceitável. Bem pelo contrário, achamos que a homossexualidade deve ser considerada como um desvio dos comportamentos normais, naturais, saudáveis e profícuos do Homem. Não nos interessa a causa desse desvio comportamental, pois nos próprios fóruns científicos não há ainda consenso sobre a questão. O que nos interessa é saber que a homossexualidade não é normal nem socialmente útil, pelo que não devem ser concedidos benefícios sociais aos homossexuais (tais como apoios financeiros do Estado a associações que promovem o estilo de vida gay ou uniões de facto), e jamais devem ser reconhecidos papéis de natureza familiar aos homossexuais, tais como o casamento e adopção de crianças. A promoção/propaganda pública do «estilo de vida» gay afigura-se igualmente inadmissível. Abaixo Assinado Anti-EG

Apesar da polémica criada pela assumida homossexualidade dos cinco protagonistas do programa, Esquadrão G - Não És Homem, Não És Nada foi o mais visto do canal e entrou directamente para o terceiro posto da tabela da Marktest. Com 11,3% de audiência média (mais de um milhão de espectadores), Esquadrão G foi mais visto no Litoral Norte (22,9%) e Grande Lisboa (21,3%) e preferido por mulheres (54,6%). A classe média e baixa foram as que mais atenção deram à emissão e a estratificação etária dos espectadores foi muito diversificada 15-24 anos (13,8%), 25/34 (16%), 35-44 (16,1%) e 55/64 (16%). DN

No Esquadrão G, os apresentadores parecem encaixar bem nos estereótipos de gay. Ou seja, são gays femininos e gays que se interessam por "coisas de mulheres". Há muitas pessoas que encaixam nestes estereótipos e são essas que sofrem a agressividade da homofobia, e não o gay escoltado pelo estereótipo do heterossexual. São estas pessoas que sobrevivem à violência social, aos maus-tratos das famílias, aos despedimentos ilegais e que morrem nas mãos de nazis, e não o gay com ar de hetero. Portanto, se há pessoas que se expõe publicamente e encarnam os estereótipos gay, essa é mais uma razão para receberem o nosso apoio, o nosso carinho, a nossa força e o nosso orgulho. Escandaliza-me e envergonha-me que alguém utilize este blog para se expressar negativamente contra o Esquadrão G ou as pessoas que o constituem. Qualquer manifestação negativa face aos estereótipos gay não é mais que homofobia pura. Qualquer pessoa tem o direito de se rotular de gay, caso se identifique com essa designação, e tem o direito de aparecer na televisão a representar esse papel ou apenas a ser como é ou como quer ser. Drocas

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