Li no Público um artigo de três páginas sobre a gastronomia de Évora. O autor explica que foi convidado pelo senhor presidente da Câmara, e que os restaurantes (escolhidos pelo presidente) estavam avisados deste compadrio. Não sei como funciona isto: o presidente depois ainda paga ao jornal para a peça ser publicada? É só o autor que recebe pelo arranjinho? Pergunto eu que interesse tem tudo isto...
- É o presidente da Câmara a querer fazer publicidade a Évora? Mas quem é que em Portugal não sabe que se come bem em Évora?
- O Público a cumprir um dever de informação? Mas de que serve falar de restaurantes a três passos do centro da cidade, locais conhecidos que qualquer passeante pode indicar? Pagou para isto, senhor presidente?...
- É interesse do autor, gourmet com especial nariz (papilas!) para encontrar e certificar estes prazeres? Mas se ele não buscou, nem revelou nada que o comum mortal não soubesse! Por acaso em Évora até há sítios pouco conhecidos onde se come maravilhosamente... São estes que interessam aos turistas inteligentes, oh senhores!
E para quê trazer mais turistas a Évora, se depois não há capacidade para os receber, senhor presidente? Eu sugeria, por exemplo, que em vez de convidar (com dinheiros públicos) este senhor ou a outra senhora (a D. Lili e a famosa moda eborense) a pretexto de técnicas publicitárias, assegurasse o posto de turismo aberto aos domingos e feriados. Quando chegam os tais turistas, tá a ver?... É realmente um vício inconveniente, este dos turistas insistirem em viajar nos domingos e feriados, mas eles são assim. E, enfim, se consegue encaixar os recibos dos restaurantes e dos hotéis, também pode com certeza encaixar um recibo verde dum part-timezito (até diminui a taxa de desemprego em Évora!). Também lhe ficaria bem incentivar regras de bom atendimento nos restaurantes, mas isso presumo que lhe retire alguns votos do establishment local... Mas é que estas coisas amiúde estragam o prazer duma boa refeição e, bem vê, um seu convidado num restaurante avisado nem se apercebe delas - acho extraordinário que na peça o autor refira como certificação de qualidade o bem que foi recebido nos restaurantes que frequentou como cliente habitual ou convidado especial... Nunca sei o que pensar: se este pessoal acha que os outros são parvos ou se, enfim, são mesmo eles que não se enxergam.
mpf
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