sexta-feira, janeiro 21, 2005

FSM 2005 - IX

Os "intocáveis" indianos estarão no Fórum - A exclusão social imposta aos Dalits, negros, indígenas e camponeses será tema de debate

O Fórum Mundial da Dignidade (FMD), uma das duas mil actividades do Fórum Social Mundial 2005, que ocorre de 26 a 31 de janeiro, contará com a presença de 12 Dalits, pertencentes à subcasta que ocupa na Índia o mais baixo espaço da pirâmide social. Organizado por 14 entidades - indianas, alemãs, britânicas e brasileiras, a actividade será no dia 29 de janeiro - Espaço H (em frente ao Anfiteatro Pôr-do-Sol). A primeira edição do FMD foi em Mumbai, durante o Fórum Social Mundial 2004. Naquela ocasião, os Dalits aproveitaram a oportunidade para denunciar sua condição e ampliar a divulgação do movimento por direitos iguais para o mundo. Em Porto Alegre, além da situação dessa comunidade indiana, terão depoimentos de representantes da comunidade quilombola de Conceição das Crioulas e de entidades camponesas, indígenas e negras da Colômbia. Os Dalits também participam do Fórum das Migrações, que ocorre em 23 e 24 de janeiro em Porto Alegre.

Situação dos Dalits
Os 160 milhões de Dalits que vivem na Índia sofrem discriminação em função do regime de castas, que divide as pessoas desde o nascimento. Eles estão sujeitos aos trabalhos mais degradantes, os seus direitos humanos são sistematicamente submetidos a violações. Excluídos da sociedade, são chamados de "intocáveis" porque, para muitos hindus, quem toca em um Dalit (ou até mesmo em sua sombra) fica impuro. A palavra dalit, significa 'pisoteado'. A falta de acesso a direitos básicos como educação e trabalho pode ser constada pelos números. Actualmente, menos de 31% dos Dalits tem eletricidade em casa, cerca de dois terços da população é analfabeta e mais de 50% vive abaixo do limiar da pobreza. 85% não tem acesso à terra e apenas em dois anos, de 1995 a 1997, aconteceram 90 mil casos de crimes contra membros da comunidade. Outra violação pode ser constatada no tratamento dado às mulheres que são constantemente descriminadas e os casos de violação são frequentes.

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