Que la pluma sea también una espada y que su filo corte el oscuro muro por el que habrá de colarse el mañana [Subcomandante Marcos]
quinta-feira, outubro 21, 2004
Bilal
Fui ver o filme do Bilal, Bunker Palace Hotel, no Instituto Franco – Português, inserido na 5ª Festa do Cinema Francês. Sempre que vou ver filmes franceses vou com medo, pois o francês não é o meu forte (para dizer a verdade não é o meu nada) e eu sou um bocado lento para conseguir ler as legendas até ao fim e ainda olhar para a imagem. Mas este filme foi fixe. Como não tinha legendas concentrei-me na imagem e na espectacular banda sonora. Senti-me como há muitos anos quando pela primeira vez li uma banda desenhada do Bilal. Não me lembro qual era, mas tinha acabado de sair da cultura Astérix e foi um choque um bocado forte. Não porque alguma coisa me chocasse, mas porque tive a sensação que toda a mensagem me passou ao lado. Durante muitos anos evitei o Bilal. Com o filme foi a mesma coisa, a única coisa que percebi foi que a chuva era branca como leite, que havia uns gajos (entre os quais a heroína que era muito gira como não podia deixar de ser) que apanhavam uns comboios no meio da guerra para irem para um hotel subterrâneo em que eram servidos por robots que não funcionavam muito bem e que estavam todos à espera do presidente que não chegava e que a heroína (não percebi o nome) fazia parte dos rebeldes e havia um gajo que acho que era chefe da companhia que fabricava os robots e tinha ar de chefe implacável sem sentimentos e que era careca e todo engravatado e a certa altura começa tudo a funcionar mal e os hospedes que ao principio estavam todos bonitos e bem vestidos estavam todos rotos e sujos porque começou a sair uma cena preta das torneiras mas o gajo careca continuava impecável e quando pensavam que iam todos morrer surge uma toupeira gigante robotizada que o gajo careca tinha construído e tentam todos fugir mas um dos gajos que tinha ido num comboio para o hotel e que também era rebelde e tinha feito uma operação plástica para parecer outro dos hóspedes que entretanto matou tinha uma pistola e começa a matar toda a gente e o careca apanha um tiro e a gente percebe que ele é um robot e só a heroína e outro gajo velho gordo e nojento que a andava a incriminar é que conseguem fugir mas a gaja consegue despistá-lo e quando está a fugir encontra o presidente que não percebi porquê mas ajuda-a a fugir e merda, uma hora e meia de filme e não se vêem as mamas da gaja.
Senti-me muito estúpido. Há muito tempo que não via um filme tão bom.
Na próxima segunda feira há outro e eu vou ver. Ainda por cima é à borla!
Zé Vicente
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