segunda-feira, junho 14, 2004

Triste Évora

Depois de um par de anos de mudança (já vamos no terceiro São João com este executivo), o novo executivo Eborense não dá mostras de inteligência ou de abertura. Teimosamente, continuam no seu autismo programático, sem dar espaço às associações que estão na cidade, com provas dadas na animação cultural de Évora, envolvendo milhares de participantes Eborenses e não só.

O palco da noite, na Feira de São João, começou timidamente aqui há uns anos e transformou-se rapidamente numa referência obrigatória, onde todos vinham no fim da feira, para encontrar os amigos, dar um pézinho de dança, beber uns copos ou ouvir uma musiquinha (ao vivo). No último ano em que aconteceu, em 2002, chegaram a estar mais de 600 pessoas no palco da noite, e em muitas noites, havia mais participantes no palco da noite que no palco principal. Em 2002, já era para não ter existido este espaço, já que a CME deu um apoio simbólico, inferior a 500 contos, para 12 dias de animações...

Assim, em 2002 o palco da noite existiu graças a muito trabalho gratuito da PédeXumbo, ao apoio da SHE, e à cerveja vendida durante a feira. Os grupos e músicos participantes vieram por carolice, já que o dinheiro mal dava para pagar o deslocamento. Mas essa situação foi uma tentativa desesperada de ganhar a confiança da CME, que obviamente não funcionou. O que era certo é que não voltaríamos a pedir às pessoas sacrifícios, já que a CME queria ter tudo, sem pagar nada.

Em 2003, quando a CME manteve a sua política de terra queimada, propondo uma quantia miserável pela animação do palco da noite, a PédeXumbo recusou: já tinha gasto no ano anterior os favores todos...
Em 2004, em conjunto com outras associações, como a SOIR, a SHE, Alçude, Trimagisto (esqueço-me de algumas...) tentou-se mais uma vez propor à CME uma animação alternativa, com um público já garantido. O orçamento pedido era de 3000 contos, quantia inferior às actividades de 2001 ou 2000, e que para o numero de dias de animação era um preço muito amigo. A CME mais uma vez disse que não, alegando ser muito interessante mas muito caro...

Cá ficamos à espera de mais desfiles de moda, Bajas, Telenovelas, Festivais manhosos com Delfins e Pimbas e outros ingredientes que constam hoje em dia da programação cultural da CME. Porque a esperança de ver uma luzinha de programação inteligente na penumbra cultural que é o José Ernesto já morreu...

Paulo Pereira (ex-presidente da Pédexumbo, em exílio no norte do País).

Sem comentários: