No NOTÍCIAS MAGAZINE de anteontem temos um verdadeiro show de Luís Villas-Boas, em que o homem mostra à sociedade o seu entendimento. Excepcional, o tipo é mesmo um nec plus ultra. Salazar ao melhor estilo, fartei-me de rir embora também dê para chorar. Retiro as pérolas:
"Tudo o que seja a convivência com homossexuais induz, em enorme percentagem, à homossexualidade" (o que é evidentemente grave, porque a homossexualidade é pior que a lepra; o melhor é criarmos umas gafarias próprias para homossexuais, que evitem que as pessoas normais convivam com esses pervertidos).
Entretanto, os homossexuais já existentes não surgiram devido à convivência com outros homossexuais anteriores a eles. São, sim, "casos de desvio da sexualidade", sempre segundo Villas-Boas. Nisto ao menos Villas-Boas estará de acordo com a grande maioria dos psicólogos.
Um direito fundamental da criança, segundo Villas-Boas, é "se nasce masculina, tem o direito de ser homem e pai; se nasce feminina, tem o direito de ser mulher e gerar filhos". (Direito e dever, poder-se-ia acrescentar.) "Uma criança criada em ambiente homossexual sofre interferências no percurso normal do exercício dessa sexualidade."
Portanto, a homossexualidade constitui um ambiente. Além disso, ficamos a saber que ser homem ou ser mulher é uma sexualidade (e eu que julgava que ser homem fosse ter uma pila).
Entretanto, fiquei a saber que o pensamento de Luís Villas-Boas já se converteu em lei, sob a forma do juízo de um tribunal português, que editou que uma determinada "menor devia viver no seio de uma família tradicional portuguesa", entendida como sendo uma família sem homossexuais (e em que se come cozido à portuguesa aos almoços de
domingo, já agora). A família tradicional, já eu a conhecia. Fiquei agora a saber que, de entre todas as famílias tradicionais, há um tipo particular delas, as "portuguesas", particularmente recomendáveis para a educação infantil. São aquelas famílias em que o homem chega a casa com os copos e bate na mulher, que entretanto tinha estado, duas horas antes, na cama com o padeiro. Tudo em família, tradicional, portuguesa.
Luís Lavoura
Sem comentários:
Enviar um comentário