O ex-chefe de governo propôs uma "nova ordem mundial", baseada na substituição do unilateralismo da admnistração norte-americana por um novo multilateralismo e no respeito dos direitos humanos.
Essa nova ordem teria de incluir uma maior atenção a temas como o ambiente, em detrimento das questões financeiras. Foi por isso que defendeu a criação de uma Organização Mundial do Ambiente. Uma instituição essencial para enfrentar algumas injustiças gritantes no mundo. António Guterres justificou esta proposta com o facto do "subsídio dado a cada vaca na Europa ser superior ao rendimento de mais de dois biliões de pessoas no mundo". A criação de um Conselho para o Desenvolvimento Sustentável "que funcionasse no sistema das Nações Unidas", foi outra das propostas avançadas pelo dirigente socialista.
Nas reformas preconizadas pelo ex-primeiro-ministro uma das ideias centrais era permitir um maior peso do Hemisfério Sul. Gueterres defendeu a inclusão do "Brasil, Indía e África do Sul como membros permanentes no Conselho de Seguranças das Nações Unidas".
Sobre essa instituição, o presidente da IS propôs também, "reconsiderar o direito de vetos dos membros permanentes", por exemplo, limitando o veto em situações de risco de genocídio.
O socialista abordou também a premência da reforma das instituições financeiras, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) ou a Organização Mundial do Comércio (OMC). Deu como exemplo o ridículo que representa, na sua opinião, o facto de nestas organizações "a Bélgica ainda ter mais votos que um país como o Brasil". Considerou ainda importante que estas instituições passassem a ter "uma ligação à componente parlamentar dos Estados" para as forçar a uma maior "responsabilização" sobre as suas decisões.
O ex-primeiro-ministro apontou como razões para a necessidade das reformas, os efeitos negativos da globalização. Um dos efeitos, segundo Guterres, foi o "cavar do fosso entre ricos e pobres", responsável pelos dois biliões de pessoas que vivem com menos de dois dólares por dia. Leiam o artigo completo.
Mário Soares, desde que foi ao Fórum Social Mundial, voltou outro; Guterres, parece que também ficou infectado com o pernicioso vírus alternativo. É que estou de acordo em 100% com a nova ordem defendida por Guterres. Até me custa acreditar, mas é mesmo verdade. Democratizar as instituições internacionais seria um grande passo para democratizar o Planeta. Mas a estas democracias os mais poderosos franzem o sobrolho e torcem o nariz. Onde é que já se viu, a Índia, o Brasil e a África do Sul terem tanto poder na ONU como algumas nações Europeias?
De falta de democracia só podemos acusar a maioria das nações árabes (e muito justamente), algumas nações Africanas (idem) e os já tradicionais China, Cuba, Coreia do Norte (estes são mesmo muito pouco democráticos, lá isso são). Agora a ONU, a OMC e o FMI são profundamente democráticos, com os votos democraticamente proporcionais ao PIB de cada país. A Democracia, como o Natal, é quando um homem quiser. Quer dizer, não é um homem qualquer, sei lá, um chinês ou um indiano (demasiado populosos para terem peso democrático nas instituições internacionais); é mais precisamente um homem a dar pró caucaseano, de idade entradota, pertencente a uma fámília de presidentes, conservador, cruzado por inspiração divina e verdugo implacável dos "evil ones"....
Volta Guterres, estás perdoado!
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