Alberto Matos, Radio pax .
Passou, a 5 de Fevereiro, um ano sobre o relatório apresentado pelo Secretário de Estado norte-americano, Collin Powell, perante o Conselho de Segurança da ONU. Convém recordar aos mais distraídos os principais pontos desta intervenção, feita em tom solene e apoiada por fotografias de satélite, ou melhor, por fotomontagens. Sobre a posse de armas de destruição massiva pelo regime iraquiano, Powell afirmou que havia de 100 a 500 toneladas de armas químicas e biológicas e que Saddam Hussein tinha conseguido criar laboratórios químicos móveis, a partir de camiões TIR. Entretanto Bush e Blair garantiam que o Iraque tinha capacidade para desencadear um ataque químico em 45 minutos. Em nome dessa mentira, desencadearam uma guerra na qual já morreram mais de 9000 pessoas, entre civis iraquianos e militares dos países ocupantes.
Hoje sabemos que TUDO o que Powell disse naquele dia, diante da Nações Unidas, era mentira. Uma a uma, as suas afirmações foram desmascaradas pela realidade. O chefe dos inspectores de armas americanos, David Kay, veio a público dizer que não existiam armas de destruição massiva e que, provavelmente, não existiam desde antes da Guerra do Golfo de 1991.
Bush e Blair, apertados pelas opiniões públicas, nomeiam comissões de inquérito à pressa. Mas é difícil convencer, até os mais incautos, que a CIA estava mal informada: um ex-director da agência veio confirmar o que toda a gente já sabia, isto é, que as informações são manipuladas para satisfazer as exigências da Casa Branca. Em campanha eleitoral, Bush ensaia a fuga para a frente, num discurso em que se apresentou como Presidente de Guerra – por uma vez, falou verdade – e anunciou um plano para democratizar o "Grande Médio Oriente". À bomba, já se vê… Esperemos que alguém lhe dê umas aulas de Geografia; senão, o conceito um tanto lato de “Grande Médio Oriente” pode ser estendido a África, à América Latina ou… quem sabe?... à Península Ibérica.
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