sábado, fevereiro 28, 2004

Lezírias

Ontem, Durão Barroso anunciou uma carrada de novas privatizações. Entre estas, é de salientar o anúncio da privatização da Companhia das Lezírias. O problema, é que a CL não dá prejuízo ao estado e tem um papel ecológico importantíssimo ao servir de tampão ao crescimento desenfreado do urbanismo na margem sul. Num estudo feito, verificou-se que a construção da ponte 25 de Abril foi a responsável directa pela expanção urbanista de Almada, Barreiro, Seixal, baixa da Banheira, criando uma malha urbana caótica e compromentendo completamente a ecologia e o ambiente da margem sul. Assistimos agora ao mesmo processo com a nova ponte, com a expansão urbanística a crescer vertiginosamente. Apenas não cresceu ainda mais, porque a norte a companhia das Lezírias ainda resistia. Caindo esta ultima fortaleza que impedia o avanço urbanístico, a qualidade de vida na área metropolitana baixará muitíssimo em poucos anos; a malha urbana irá extender-se sem interrupção de Vila Franca até Setúbal, de Sintra até Pegões, por muitos e muitos quilómetros quadrados. O legado deixado às gerações futuras não será muito animador: do montado de sobro mais extenso do mundo (CL), restará um sobreiro simbólico, como acontece hoje com as 4 oliveiras raquíticas dos Olivais Sul. Em contrapartida, haverá prédios e moradias e urbanizações a perder de vista. É esse o futuro que queremos?

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