terça-feira, dezembro 09, 2003

O combate à  SIDA



O novo director geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Jon-Wook Lee, gostaria de utilizar o programa brasileiro de fármacos genéricos para o SIDA gratuitos, como modelo para ajudar os países pobres a tratar e prevenir a doença, disse o presidente do programa de SIDA do Brasil, na terça-feira. “A ideia é usar a experiência do Brasil na concepção deste programa, particularmente na integração da prevenção, tratamento e direitos humanos”, afirmou Paulo Teixeira.
O programa, o qual é aplaudido por manter a doença em cheque, tem-se tornado um modelo para os países em desenvolvimento com a oferta universal de tratamento anti-retrovírico gratuitamente e a quebra de patentes de fármacos quando os fabricantes se recusam a reduzir os preços.

Esta quebra de patentes foi possibilitada pelo movimento alternativo global, que ao pressionar a OMC permitiu o acesso aos medicamentos genéricos a todos os países em vias de desenvolvimento (ao fim de longas e duras negociações): ao contrário de muitas vozes que advogam o contrário, o altermundialismo tem propostas concretas e resultados que começam a estar à vista de todos.

Os responsáveis da OMS estimam que nos países pobres existam seis milhões de pessoas que necessitam de tratamento com retrovirais para combater a SIDA. No Brasil, desde que foi autorizado o fabrico de genéricos e se procedeu à sua distribuição pelos doentes, o número de novos infectados diminuiu drasticamente, passando de 1,2 milhões na década de 90 para cerca de metade.

O Brasil já avançou com outros países do Mercosul, estabelecendo o compromisso de trabalhar em conjunto para estabelecer medidas para um melhor controlo das doenças sexualmente transmissíveis.
Até o momento, na América Latina, prevalecem os preços de medicamentos impostos pelas grandes multinacionais farmacêuticas com sede nos Estados Unidos e Europa, que passando a ser genéricos reduziriam o seu custo em cerca de 600 a 700%!
Depois da primeira derrota (onde a OMC autoriza países "desenvolvidos" a vender medicamentos genéricos a países pobres que não têm a capacidade de os produzir), os poderosos Laboratórios farmacêuticos vêem agora a OMS a dar luz branca ao tratamento da SIDA com medicamentos genéricos.

Definitivamente, um outro mundo é possível! Os alicerces desse novo mundo partem de um princípio muito simples: a vida humana é prioritária; os lucros (neste caso das multinacionais farmacêuticas) são secundários.

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