segunda-feira, outubro 13, 2003

Tempestade de Outono

Dia 11, Sábado, às 18:00 h, depois de várias horas de chuvada intensa, uma bicha apresentava-se no acesso à ponte 25 de Abril, a começar no Aqueduto; Lisboa estava caótica.
Dia 11, Sábado, às 19:45 h, uma chuvada acompanhada de uma valente trovoada abatia-se sobre Évora.
Dia 11, Sábado, às 20:00 h, 27 caracóis escalavam frenéticamente o muro da quinta.
Dia 11, Sábado, às 20:30, o tecto do Feira Nova caiu com a chuva, enxarcando resmas de televisões, DVD's, microondas e electrodomésticos diversos (comunicação pessoal de MPF).
Dia 11, Sábado, às 21:30 h, uma carrada de sapos parteiros começou a assobiar de contentamento, festejando o regresso das chuvas com apelos sexuais insistentes.
Dia 12, Domingo, às 10:00 h, várias plantas enganadas pela temperatura e humidade sentidas floriram; entre elas, a Lucia-lima, o Piri-piri, o rosmaninho e algumas ervas.
Dia 12, Domingo, às 12:00 h, um exército de centopeias pretas e amarelas desloca-se na natureza. As mais audazes atravessam temerariamente as estradas principais. As mais sensatas atravessam estradas de terra na profundeza dos azinhais. As primeiras têm uma menor esperança de vida, mas ambas respondem a um irresistível apelo da natureza.
Dia 12, Domingo, às 13:00 h, dezenas de lagostins debatem-se numa barragem, enganados pelas chuvas abundantes de Sábado; encurralados em charcas diminutas, esperam ansiosamente pelas próximas chuvas. As gaivotas voam excitadas, salivando de antecipação.
Dia 12, Domingo, às 13:30 h, os formigueiros entraram em 300% de actividade: terra mole, humidade q.b., temperatura agradável: o paraíso das formigas.
Dia 12, Domingo, às 15:00 h, chegámos a tempo: ainda nos serviram no restaurante, mesmo cobertos de lama e encharcados de suor.

PP

PS - ainda não há cogumelos...

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