Radioactividade em Portugal II
Entretanto, ficaram por aí escombreiras radioactivas, algumas com 4 milhões de toneladas de resíduos, cheias de polónio, rádio, radão, dezenas de minas mal sinalizadas, 9 das quais lexiviavam o minério, tratando cada uma mais de 600 toneladas por dia, utilizando para isso ácido sulfúrico, derramando assim milhões de litros de águas ácidas e contaminadas para as ribeiras.....
Há ainda agricultores a usar a água contaminada de lagos que se formaram em antigas minas para regar as suas hortas e plantações; claro está, a radioactividade entra assim com toda a tranquilidade na cadeia alimentar, o que terá consequências nefastas no presente e no futuro das pessoas que consumirem esses alimentos. Escusado será dizer que ninguém impede esse feito, muito menos a ENU (Empresa Nacional de Urânio), responsabilidade do Estado Português.
Ficámos ainda com 300 toneladas de Urânio concentrado (Urenato de amónio), um pó amarelo com ar inocente, acomodado em bidões num armazém manhoso, fechado a cadeado.... Não sei porque é que os terroristas se dão a uma trabalheira enorme para comprar urânio, quando podiam vir a Portugal, lá para os lados da Urgeiriça, carregar os bidões em simpáticos camiões e fazer a sua bomba na maior das descontracções. Enfim, falta o sentido de oportunidade a esses visionários...
Mais uma vez deixámos que um país de 3ª nos passasse à frente; nós com todas as condições para sermos um país mais do que plausível para mandar Urânio para o camarada Saddam e népias; o Blair, tão amiguinho para umas coisas, inventou a desculpa esfarrapada com a Nigéria, recusando a Portugal uma oportunidade única para a notoriedade internacional. Vão contar as vezes que se tem dito “Nigéria” na BBC e comparem com as vezes que disseram “Portugal” a ver se não tenho razão; e a diferença só não é mais gritante porque vem aí o Euro 2004...
PP
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