29.outubro/2003 - Equador – Adital/Agenot – Ontem, o ex-ministro da Energia do Equador na época das operações da Texaco, René Vargas Pazzos, testemunha dos solicitantes, disse que o Estado equatoriano "pagou cara" sua experiência em matéria de controle para a exploração petroleira e qualificou de "terrível" e "criminoso" o dano ecológico causado pela empresa.
Os solicitantes apresentaram também como prova um estudo de 1.500 páginas, elaborado pela Gerência de Proteção Ambiental da empresa do Estado Petroecuador, com a colaboração da Frente de Defesa da Amazônia (representante dos solicitantes), que realizou pesquisas com 1.017 famílias, das quais 957 estão afetadas pela contaminação do petróleo bruto.
Existem mais de 600 piscinas de água residual, desse total 207 haveriam sido tratadas pela Texaco. Segundo o informe, estas piscinas só estavam tampadas com terra. Perfurações a três metros de profundidade demonstraram que todas têm petróleo em concentrações variadas. As vítimas relatam que as infiltrações das piscinas têm contaminado a água dos rios e riachos, destruindo cultivos e causando enfermidades às famílias. O documento estabelece que o consumo de água contaminada causou aos habitantes da área infecções na pele, no intestino e câncer. Um total de 81 pessoas teria morrido por causa de câncer no grupo que foi estudado.
Para a Chevron Texaco, os solicitantes não apresentaram evidência substancial e que mereça credibilidade. Segundo Ricardo Reis, vice-presidente da empresa, os estudos "não têm bases científicas, não houve nenhuma revisão médica. Esses estudos foram realizados a pedido e, por isso, não podem constituir uma prova".
No processo contra a petroleira Chevron Texaco, se apresenta hoje o especialista em Remediação Ambiental Dave Russel e se concluirá o período de apresentação de provas e depoimentos de testemunhas no julgamento que indígenas e camponeses da Amazônia equatoriana movem contra a empresa petroleira que funcionou na área há 28 anos. A etapa de verificação dos lugares onde existem os danos ambientais denunciados será iniciada imediatamente pelo juiz.
Vigília e mobilizações indígenas
Indígenas Siona, Secoya, Cofán, Huaorani e Kichwas se mantêm em vigília na cidade de lago Agrio enquanto se conclui o período de provas. Amanhã, a defensora dos Direitos Humanos, Bianca Jagger, se juntará a eles. Ela já esteve na área no dia 8 de outubro e declarou que os danos ambientais são "piores que os causados pelo Exxon Valdés". Amanhã, todos realizarão uma mobilização para exigir que se faça justiça nesse processo.
Onde é que eu já vi isto antes??
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