quarta-feira, outubro 08, 2003

Nota biológica?

Nem setes nem três; o número mágico é mesmo 100 000. Porquê? porque se descobriu que a maioria dos seres vivos (e isto das maiorias em democracia é que interessa) com coração tem uma duração de vida de 100 000 batidas. Claro que aqueles em que o coração bate muito depressa, tipo os ratinhos ou colibris, vivem pouco tempo (4 anitos); em contrapartida, os bexinhos (provedores de ortografia, o erro é propositado) com vagar nas batidas do coração, são os que têm a vidinha mais longa, como os elefantes e as tartarugas. Por isso é fácil perceber que o desporto não faz bem nenhum à saúde: ao acelerarmos o nosso ritmo cardíaco aceleramos a vinda da nossa morte.
Mas porque carga de água é que há um limite? porque é que existe um prazo de validade (a pergunta à primeira vista parece estúpida ou pelo menos óbvia, mas gastam-se milhões e milhões por ano a tentar descobrir uma resposta)?
Parece que ao contrário do que pensávamos, o oxigénio é um veneno que nos vai matando lentamente (mais outro mito que cai por terra; continuem a fumar, que enquanto fumam evitam que o O2 maléfico vos entre para a veia), ao ser usado na produção energética do nosso corpo; à semelhança das centrais nucleares, o oxigénio tem como subprodutos da combustão celular radicais livres, que são altamente corrosivos para qualquer célula do organismo. São estes radicais livres que vão destruir inexoravelmente as células do nosso organismo, provocando ao fim de umas dezenas de anos a morte.
No entanto, há grupos de animais que conseguem exceder as 100 000 batidas, como os morcegos e os pássaros (malditos minoritários); parece que têm no organismo um poderoso antioxidante que os protege contra os malefícios do oxigénio, tipo os líquidos anti ferrugem com que se pintam os portões (não, não experimentem emborcar esses líquidos na esperança de ficar com a pele macia como um bébé porque não somos nenhum pedaço de ferro). Vai daí, espetaram com um antioxidante num nematode e duplicaram-lhe o tempo de vida. Vai daí, estão a fazer o mesmo com ratinhos e a pensar que se resultar, talvez tenham descoberto o elixir da juventude. E agora venha daí a pergunta: será que alguém quer viver até aos 160 anos? bem, se o tal elixir mantiver as pessoas jovens talvez sim; imaginando que fosse possível, o aumento de população não seria o fim da humanidade?? cá fica uma profunda para reflectir...

PP



Nygolaimus papilloides - Este é o herói que duplicou a vida...ou um muito parecido

PS - claro que a tirada do tabaco está mal contada; o tabaco potencia ainda mais a produção de radicais livres (tipo umas 10 ou 100 vezes mais) e é por isso que é tão maléfico; os cancrozinhos e outras prendas originam-se quando os radicais livres fustigam brutalmente as nossas células sãs. Pensavam que se safavam, era? É que lembrem-se que “o tabaco provoca uma morte lenta e dolorosa” in Português (ex – Português suave). Vou propor como mensagem educativa esta cientificamente muito mais correcta: “o tabaco aumenta entre 10 a 100 vezes o número de radicais livres”; fosga-se, era vê-los todos cagados de medo a mandarem os maços todos pela sanita a baixo...

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