Os turistas convertem-se em testemunhas involuntários da maré negra do Prestige
"O petróleo continua a tingir de negro as costas do Norte de Espanha, assim como os veraneantes que vão a essas praias. Apesar disso, o responsável governamental, Rodolfo Martin Villa, anuncia o seu fim entre Setembro e Outubro.
Durante o mês de Julho, os 2000 quilómetros da costa Cantábrica continuaram a receber restos do derrame. Um dado pouco optimista para este mês de Agosto, em que normalmente há marés mais fortes que o habitual, e que podem contribuir para a continuação ou para o agravamento da situação observada em Julho.
Apenas nas Astúrias foram recolhidas 61 toneladas de petróleo desde o principio do mês de Junho, 38 em apenas um fim de semana. Em França também se detectaram restos de petróleo na costa do Canal da Mancha, o que, segundo as autoridades, poderia vir ainda do Prestige.
O Instituto Oceanográfico Espanhol denuncia que existem ainda 347 toneladas de petróleo no fundo do mar, número que a Greenpeace estima em 526 toneladas distribuídas por 30.000 Km quadrados da plataforma Galega e Cantábrica.
O Governo já admitiu a inviabilidade de efectuar uma limpeza do fundo marinho onde se encontra o derrame, já que teria um enorme impacto sobre os seres vivos que aí habitam. Entretanto, o Barco Prince já se encontra na zona da afundamento do Prestige para selar as gretas que continuam a libertar 350 Kg de petróleo todos os dias.
Muitos voluntários e alguns contratados para a limpeza das praias ampliaram as suas funções ao começar a atender pessoas incrustadas de restos de “chachapote” no seu corpo. Uma das primeiras consequências desta nova maré negra foi a retirada das bandeiras azuis da costa cantábrica.
O Governo anuncia que as operações de limpeza relacionadas com a catástrofe fo Prestige chegam agora ao fim (entre Setembro e Outubro), A Greenpeace critica esta decisão, já que ainda não existe um plano estratégico para fazer frente a esta calamidade.
Causas desconhecidas em um de cada três acidentes marítimos.
A plataforma Nunca Mais denuncia a falta de política de segurança marítima, como o demonstram as estatísticas dos acidentes marítimos do ano 2000. Dos 568 acidentes ocorridos na costa Espanhola, a Galiza dói a que mais sofreu com 113.
MAS o mais relevante aparece quando tentamos saber a causa dos acidentes: 35% tiveram causa desconhecida e 42% resultaram de erros humanos. Mas para “Nunca Mais” estes números revelam a precaridade do tráfico marítimo, que é responsável por 70% do comércio Europeu e 90% do comércio do petróleo e dos seus derivados.”
Xosé Ramil
Retirado daqui http://www.canalsolidario.org/web/noticias/ver_noticia.asp?id_noticia=3911&grupo=1
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