Ecos do 1º FSP voltam a escutar-se
Paulo Portas, mesmo que de forma subtil e envergonhada, referiu-se ao FSP durante o seu discurso sobre o estado da nação. A determinada altura, ele disse que o PS em vez de fazer uma oposição séria (não me lembro bem desta parte) anda a embarcar em certos radicalismos, participando nas manifestações do costume. Claramente, isto é uma referência à participação do PS (ainda que tímida) no movimento contra a guerra no Iraque e no FSP. Duas ilações importantes a retirar:
1ª - O José Lello não está sozinho; com a benção de Paulo Portas (é verdade, com muito menos imaginação que o lellito), o José Lello foi publicamente aceite de novo; acabou-se a estigmatização pelos poderes subliminarmente instalados no sistema: podes voltar Lellito, estás perdoado.
2ª - O Paulo Portas claramente ofende o FSP; passamos de "uma coreografia pós-moderna e do tartifismo Kitsch" como nossa "imagem de marca", para "as manifestações do costume". Então, não éramos diferentes e alegres e festivos e outras coisas pós-modernas no FSP? Paulo Portas, fria e cruelmente, remeteu-nos para a vala comum das manifestações, que são as "manifestações do costume". E eu a pensar que uma manifestação mundial contra a guerra tinha sido original, sem precedentes, mesmo revelando-se como um verdadeiro contra-poder à super-potência Americana. Mas tá cá o Paulinho para nos iluminar e dizer que não, que isto é mais do mesmo, que estes radicalismos já cheiram a mofo. Obrigadinho pelo esclarecimento; depois desta valente repreensão, vou obedientemente para o canto do país, pôr umas orelhas de burro, e esperar candidamente pelo fim da aula (ou da legislatura)....
PP
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