quarta-feira, julho 02, 2003

Dia do orgulho Gay em Portugal e no mundo

Enquanto ontem, durante o debate da Nação no Parlamento Espanhol, em Madrid, um deputado do PP, do Premier Aznar chamava ao coordenador da Esquerda Unida, snr. Llamazares, de "maricon", por defender os direitos dos gays, o que levantou bastante celeuma na assembleia, no Brasil, o Congresso dos Deputados, em Brasilia, aprova hoje, oficialmente, o Dia do Orgulho Gay.
Será a primeira vez na história que a Câmara Federal lembrará tal data com um evento oficial.
Como em todas as sessões solenes, o povo poderá entrar e sentar-se nas cadeiras dos deputados e das deputadas para assistir ao evento. O Estruturação – Grupo Homossexual de Brasília está mobilizando os seus integrantes para estarem lá com muitas bandeiras do arco-íris e faixas com as nossas reivindicações.
A Parada do Orgulho em S. Paulo teve 800 000 mil pessoas. Foi a maior manifestação publica da história brasileira. No Rio, teve 300 mil, e até em Maceió, pequena cidade conservadora do interior brasileiro, a parada teve 3 mil pessoas.
Em Madrid, a mesma parada do dia 28, reuniu na rua cerca de 600 mil pessoas. Salvo o PP todos os partidos do espectro parlamentar espanhol apoiam as reivindicações dos gays.
Em Paris, o desfile que também foi de muitos milhares de pessoas, incorporou este ano, com dificuldades, uma associação de direita ligada ao poder, pela primeira vez as reivindicações dos deficientes gays no ano Europeu da Deficiência, enquanto as palavras de ordem da coordenadora do desfile, estavam todas ligadas à luta contra a homofobia, e pela aprovação de uma lei anti ódio homofóbico, de acordo com uma promessa do Presidente Chirac, durante a campanha eleitoral.
Em Inglaterra, Blair propõem uma lei aos Comuns que quase equipara as uniões de facto entre pessoas do mesmo sexo a aos casamentos civis.
Na Costa Rica, cidade de S. José, os gays começam a sair do armário, organizando na praça principal com apoio dos sindicatos e organizações dos Direitos Humanos do país um certame de actividades muito concorrido .
No Canadá uma decisão do Supremo que vai ser acatada pelo governo também concede o casamento aos homos.
E em Portugal? Qual o ponto da situação? Não será de fazermos um nova análise dela?
Há muito que a Opus Gay vem propondo a tod@s uma re-análise da conjuntura, e que não nos contentemos em "culpar" os outros, ou quedarmo-nos na contemplação estática das nossas pequenas proezas. Por isso, vamos também solicitar entrevistas pelo menos, a todos os partidos políticos que nos quiserem receber, para expormos e confrontarmos agendas .
Tais avanços nestes países significam avanços no campo dos Direitos Humanos, da libertação dos preconceitos de que beneficiam igualmente, heteros e homos, homens e mulheres, e da luta das Mulheres, enquanto em Portugal continuamos bastante estagnados. Salvo a presença prestigiosa da CGTP e de algumas organizações e pessoas ligadas ao FSP, na nossa Marcha, como resultado sobretudo, do nosso activismo neste movimento, nada de novo se passa, aparentemente, no nosso território.
Entretanto, o semanário o "Crime", um tablóide que certamente não se coze pelas nossas linhas, mas que graças sobretudo ao nosso trabalho, modificou a sua linha editorial relativamente aos gays, trará amanhã uma interessante reportagem sobre a Marcha de passado Sábado, da autoria de Alte de Pinho . A ver..... apesar dos arrepios que isto ainda causa a alguns.

AS

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