sexta-feira, junho 20, 2003

A nossa querida Filomena Mónica....
Quando começo a estar tristinho e a precisar de arrebitar as ideias, volto a ler o artigo hilariante de Filomena Mónica. Desde pequenino que me diziam que até era um rapaz imaginativo, mas a leitura de tão singelas linhas remeteu-me brutalmente para a crua e dura realidade: a reles insignificância dos meus dotes imaginativos em comparação com a imaginação eufórica e galopante de Filomena. Na sua viagem transcendental (à distância, não vá ser mordida por algum de nós) pelo FSP, ela viu gurus, anarcas, terroristas e um enorme potencial latente de ameaça à democracia. Neste mundo da fantasia, onde o fantástico ultrapassa em muito os nossos sonhos mais selvagens, somos perigosos. Pelo menos essa era a minha grande esperança (é que não é todos os dias que se apercebem que sou perigoso). Quando embalado pela imaginação contagiante de Filomena já me imaginava, qual Rambo, a destruir a Democracia representativa à catanada, apanho um terrível balde de àgua fria: é que os "perigosos" são apenas o Saramago e o Sousa Santos. Tá mal, filomena, tá mal. Mais ainda, descobri que sou liderado pelo Sousa Santos. Bolas, Filomena, quase nunca vi o homem, nunca lhe falei, e de repente eu e os outros todos somos liderados pelo Sousa Santos. Vamos lá a ver se me explico: o FSP é um espaço, tipo casa vazia, onde todos podem entrar e ninguém pode mandar (é verdade que há quem tente, mas isso é outra história). O Sousa Santos é apenas mais um, entre muitos, e eu não preciso concordar com o que diz o senhor para fazer parte do FSP. O importante continua a ser o espaço criado pelo 1º FSP, sem lideranças, e com muitas redes e sinergismos. Deixo aqui as propostas para um novo dicionário do Fórum segundo FM:

participação cívica - eufemismo para designar o activismo anti-parlamentar
acção política - acção revolucionária

Utilizando este precioso descodificador de pensamento podemos facilmente ver a má índole de frases aparentemente inocentes ditas por muitos activistas e políticos por esse mundo fora. Bem me parecia que o Martin Luther King se estava a lixar para os direitos dos negros. O que lhe interessava era derrubar o governo.....nem se quer me venham falar do direito das mulheres ao voto ou dos direitos laborais. Foram tudo tentativas encapotadas de derrubar democracias que descambaram para algumas das conquistas democráticas mais importantes da humanidade. Malditos revolucionários!!
Estamos a alastrar, Filomena. Podes começar a ter medo, a ter muito medo.......

PP

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